A mulher-bomba
Hoje coloquei o holter para medir os batimentos cardíacos observando as variações quando estiver em atividade. Meu fofs me diz que é o cachorrinho que preciso carregar para onde for... Assim que cheguei na clínica, precisei aguardar a chamada. E adivinhe o que sempre acontece comigo nestes locais: alguém senta-se ao meu lado e começa a contar sobre a constipação, os cálculos renais, a úlcera, as pontes de safena,as complicações com uma espinha espremida (que fizeram a fulana "perder quase a metade do rosto") etc.etc. Sempre escuto e procuro dar apoio emocional. O inconveniente é que nunca sei se já fui chamada.Discretamente levantei e fui para perto da porta me informar. A moça me chamou, fez algumas perguntas de praxe, mas fiquei surpresa quando ela , ao colar os eletrodos, falou:" A senhora nem precisou levantar os seios como as outras pacientes..." E eu: Que bom! Minha situação até que não está tão ruim assim, não é? Silêncio no recinto.Corta para a sala de aula à noite.Falei para os alunos: Cuidado comigo! Sou a mulher-bomba e posso explodir tudo isso! Eles adoraram a brincadeira. Não é que por volta das nove o transformador explodiu e a luz acabou? Corta para a casa.Em casa, dificuldades com o banho para não molhar o aparelho e os cinco eletrodos. Não quero nem pensar em ter vontade de... Bom, não quero pensar. O fato é que não vejo a hora de tirar esta porcaria.
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