Pandemia


Pandemia mundial.
Quarentena, 
Fake news, 
"E a economia, hein?"
Distanciamento social,
Nação perdida, dividida
É a fome, a miséria e o caos.
"Ponha a máscara!"
"Calce as luvas!"
"Passe o álcool!"
"Mais leitos!"
É o caos.
"Mas como fica a economia, hein?"
"Ela não pode parar..."
Não espirre! Não tussa! Olha lá!..
Controle-se... Vai passar...
Morto já não fala. Jaz.
Não olhe mais.
Não sofra...
Terapia? Por que não?
"Tudo vai passar..."
Passar as roupas do varal,
As horas solitárias,
O jaleco e o avental.
O passado na memória também é triste.
Amargo passado retomado.
Pois a dita é dura.
Sem açúcar e sem afeto.
Isolamento.
Vertical?
Horizontal?
Ainda importa?
Caixões solitários.
Putrefação, correrias,
Choros ao raiar do dia.
O país no epicentro,
Nas tevês de fora e de dentro.
Sangra meu país,
E chora também.
É de verdade!
Não é cena de teatro,
Nem filme de cinema,
Tampouco um poema. 
Sem roteiro,
Sem script,
Sem ensaios.
É dura realidade.
"E daí?"
"Só lamento..."
Pandemia mundial.
Desgoverno nacional.
É o fim.
              Ana Maria


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